30 de novembro de 2013

Expectativas de Carreira: Geração Y



Quem é universitário pode atestar o que eu digo: nós lemos muito. Toda semana tome texto pra o pobre do estudante ler. Não tô reclamado, talvez só um pouquinho, mas se não fosse por isso eu não teria descoberto esse texto tão maravilhoso que ocupa meus pensamentos no momento. É um texto do Encontro da Anpad de 2012 "Expectativas de Carreira na Contemporaneidade: o que Querem os Jovens Profissionais?" Link aqui. Me identifiquei demais mesmo, tanto é que eu nunca escrevo nada tão específico da faculdade aqui no blog e resolvi dedicar um post inteiro ao texto e à essa cadeira.

Gente do céu, essa cadeira que eu estou pagando é a minha preferida de todas, de todo o curso na verdade. Se chama "Comportamento Organizacional" (CO) e é bem voltada pra a área de Recursos Humanos. A professora, Mônica Gueiros, é muito gente fina e me lembra muito antiga professora do ensino médio, Márcia Rosa (♥ ♥ ♥). Enfim, traduzindo, o campo de estudo de CO procura explicar, prever e controlar o comportamento dos indivíduos dentro do ambiente de trabalho. Mais a minha cara impossível.

Não sei se alguém vai chegar abrir o link que eu coloquei acima e ler alguma coisa, mas basicamente as autoras discutem o comportamento da força de trabalho dos mais jovens dentro das organizações. A geração Y (nascidos entre 1980 e 2000). Eu faço parte dessa geração e me reconheci em muitos trechos. O texto aponta para as expectativas de rápido crescimento profissional, desafios, reconhecimento, segurança (mais característico dos baby boomers e da geração X) e qualidade de vida. Vi meus sentimentos sendo explicados no artigo com direito a referência bibliográfica e tudo. Vou transcrever as partes que mais me identifiquei.

A motivação destes jovens não está relacionada unicamente ao fator financeiro, outros fatores possuem relevância para eles, tais como o relacionamento com o gestor, o desenvolvimento pessoal e o ambiente de trabalho (LIPKIN e PERRYMORE, 2010)
Seus projetos de vida e carreira possuem prazos mais curtos, pois acreditam que precisam ser felizes no momento presente e não quando se aposentarem (LIPKIN e PERRYMORE, 2010)
Como foram criados a partir de um sistema de punição e recompensa sobre seus resultados, esses jovens esperam que seus gestores lhes digam como estão se saindo, como podem crescer na empresa e o que precisam fazer para gerar mais resultados (LIPKIN e PERRYMORE, 2010)
Por estarem acostumados a uma avalanche de informações e a um mundo em constante mudança, estes jovens não possuem muita paciência, para eles o importante é o resultado e não o processo em si.
A importância dada à qualidade de vida se reflete tanto no desejo de poder conciliar o trabalho com as outras esferas da vida, quanto na demanda por flexibilidade nas condições de trabalho, que propiciaria tanto essa conciliação quanto reforçaria a expectativa por autonomia profissional"
E os depoimentos agora:
"...então sucesso pra mim, primeiro na carreira, é trabalhar com o que eu gosto, fazer uma coisa que eu vá para o trabalho pensando: Oba! Hoje eu tenho um trabalho que para mim vai ser diferente, não é todo dia chegar e fazer a mesma coisa,..." (E10)
"... eu acho que tá tudo alinhado, acho que a gente tem que buscar a felicidade, sempre. Se a gente só vive pra trabalhar hoje em dia, seus momentos de lazer são tão pouquinhos, eu acho que como o dia a dia é o seu trabalho, você tem que buscar a felicidade no seu trabalho, é aquilo ali que você faz o dia inteiro, não tem jeito, então eu não ficaria numa empresa que estivesse me fazendo mal" (E4)
"...eu não vejo carreira em uma empresa [...] eu não vou planejar minha carreira dentro da minha empresa atual, eu planejo a minha carreira para mim. Então assim cara, agora para mim esta empresa é interessante, daqui há três anos ela não vai mais ser interessante eu vou pra outra. Então assim na verdade a minha carreira está muito mais atrelada às áreas que eu busco e ao momento de vida que eu vou estar, e que eu vou estar querendo naquele momento do que uma empresa em si.” (E5)
Ufa, maior post do blog nos últimos tempos. Parabéns aos corajosos que conseguiram ler tudo. Daí dá pra vocês sentirem a vibe que eu me encontro no momento - muito doidona viajando aqui no assunto de CO. Tô muito feliz que eu finalmente encontrei uma área que eu gosto - gosto mesmo - no meu curso.

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